17 de abril de 2009

Bigger than CNN

Ontem à noite, segundo o ator americano Ashton Kutcher, houve uma revolução. “Nós mostramos ao mundo que uma nova onda está aqui, presente, e pronta pra explodir”, declarou em seu discurso da vitória, ao vivo pela Internet. A mesma Internet que o ajudou a fazer um desafio (e ganhar) ao superconglomerado de comunicações, a CNN.

O campo de batalha foi um site que cresceu espantosamente nos últimos meses, o Twitter. A “corrida” era por um milhão de followers, um milhão de pessoas que acompanhassem o perfil pessoal dos oponentes. Kutcher e CNN somam agora, manhã de 17 de abril, 2 milhões e 35 mil seguidores, mas até que eu acabe este texto já terão aumentado em muito este número.

O que me provocou de verdade não foi o fato de ver como muitos têm tão pouco (eu, por exemplo, com meus queridos 67 seguidores) e outros ficam competindo por aí. O fato que mais me chamou a atenção foi a motivação que o ator demonstrou, o que o fez entrar nesta corrida.

“Esta noite vamos mostrar que podemos ser maiores que a mídia”, ele declarou, quando ainda tinha 999 mil seguidores. À medida em que o número aumenta pode-se perceber, sim, uma mudança. A revolução da audiência chega também ao twitter...

Não vou discutir a questão dos jornalistas X usuários que produzem informação (este é o tema do meu trabalho de graduação, e não aguento mais pensar nisso). Não vou dizer que estava torcendo pela CNN tampouco. Mas ainda não estou totalmente feliz com essa tal revolução que o ator exaltou. ”Vocês (todos que estavam assistindo) são a mídia, vocês podem criar suas próprias redes”. Esta declaração é muito perigosa, Mr. Kutcher... Cuidado com o que o senhor diz por aí, assim acaba com o meu emprego. E não venha depois reclamar, porque estão soltando informações erradas, repetidas ou sem sentido! Se isso já acontece com todo o trabalho dos jornalistas, imagine sem eles!

Àqueles que compreendem bem o inglês, vejam AQUI o vídeo da vitória.

 

Ok, acho que é isso. Só mais uma coisinha: Ambos os oponentes têm neste momento 2 milhões e 38 mil seguidores.

5 de abril de 2009

Das cavernas a Marte

Li muitos textos teóricos em quatro anos de faculdade... Não que antes disso não tenha aberto pesados livros para fazer pesquisas para o colégio, mas nos últimos tempos considero que o nível de dificuldade aumentou consideravelmente...

Em um destes textos o autor Edgar Morin comentava a respeito da necessidade do homem em deixar sua marca no mundo... Os homens das cavernas desenhavam nas paredes com sangue de animais e extrato de frutas. As antigas civilizações entalhavam placas de barro e madeira, criaram o papel, escreveram em peles de animais; enfim... Encontraram uma forma de deixar registrado ali naquele suporte o seu "duplo", como se aqueles signos fossem parte de si (e são!). Assim, o homem viveria para sempre.

Também devem pensar assim as mais de 58 mil pessoas que querem que a Nasa coloque seus nomes em um chip de uma sonda que irá até Marte. Eles acreditam que é um meio de estar em dois planetas, conquistar o espaço, ou o que mais aqueles filmes todos de ficção científica nos mostram...


Confesso, eu me inscrevi, e não acredito que estarei realmente lá, mas o fato de levar meu nome aos céus já é bem bacana. Melhor do que jogá-lo na lama, certo? Para quem se interessar e quiser também seu nome lá, clique aqui.

1 de abril de 2009

Crenças

Abadia de Westminster, em Londres (Inglaterra)

Sempre achei que como jornalista eu seria uma boa profissional. Logo no começo do curso os professores faziam de tudo para trazer às discussões os assuntos da objetividade e do distanciamento do repórter com a história sobre a qual está a escrever. Em quatro anos de faculdade acho que nunca me deparei com uma disciplina que pusesse tais conceitos à prova. Até agora.

A cadeira foi feita para trabalhar textos literários, matérias mais aprofundadas e de certa forma mais opinativas. Curiosamente foi justo ao escrever um texto para esta cadeira que percebi que ainda não sou capaz de me distanciar do assunto a ser tratado. O tema geral é “Religiões”, e escolhi não escrever sobre a minha própria religião. Para não ter problemas, escolhi um assunto que julguei ser neutro, mas me enganei absurdamente.

Em cada parágrafo que tive de reescrever percebi como em certas áreas os pré-conceitos são tão presentes que não se pode simplesmente deixar que os dedos deslizem pelo teclado do computador sem a devida (e prolongada) reflexão.

Desde a discussão das pautas e dos depoimentos de alguns colegas de classe tenho entendido que ainda preciso trabalhar este aspecto se quero ser uma profissional correta. Preciso exercitar mais o respeito por outras crenças, não deixando a minha de lado. E aprender que, para o outro, é aquela a realidade em que estão baseados sua vida e atitudes. Por mais inacreditável que seja, ou por mais difícil que possa parecer ouvir, analisar e escrever.


* Sarah Kelly é estudante de Jornalismo e hoje entregou esta "confissão" a seu professor, pra tentar justificar a qualidade de sua matéria sobre arquitetura de igrejas, que não ficou de todo ruim mas está longe de ser considerada boa.

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