31 de maio de 2009

Amigos

Há algum tempo eu precisava disso: sair com os amigos sem me preocupar em voltar cedo. Os últimos 13 meses foram tenebrosos, complicados, corridos, tudo por causa do lendário trabalho de graduação. Quantas noites em claro e quantos milhares de reais em ligações telefônicas e deslocamentos desnecessários até São Paulo ou Jundiaí!

Por isso, neste fim de semana eu chutei o balde. Sexta feira foi dia de reunir as twitteiras mais lindas de São Paulo pra fazermos uma tarde offline, com direito a compras na 25 de março e um belo almoço perto da faculdade. Risadas, altas verdades e constatações a respeito da Vida, o Universo e tudo mais.

Seguem os tweets, fruto da abstinência da tarde (em ordem crescente).

RT @bhayashi Dia cheio de risadas com @erickamr @sahkelly@rosesoler e @dmariano. Thanks, guys! =D
"O mackenzie é uma Universidade pra pessoas especiais..." #perola by @erickamr
"Cara, isso me faz lembrar muito uma época que eu não vivi!" - @erickamr, ouvindo Strangelove (Depeche Mode)
"Boa, Ericka... Agora, como eu faço pra retwittar isso?" - SK, querendo um celular 3G no meio da Rua Direita, no centro de SP :)
#tarefas de hoje: comprar uma pulseira... #status: #FAIL!
#tarefas de hoje: gastar pouco em material pra desenho... #status: #FAIL!
"Jorge & Mateus... João Bosco & Vinícius..." - #COMO a @erickamr consegue variar tanto as músicas no mp3 dela?
Gente, a @erickamr manda avisar que adora buquês de flores azuis! #ficadica
Sábado eu queria ir à reinauguração do Cine Marabá, mas por incompatibilidade de horários fui pra festa de um amigo e passei lá até a hora em que eu conseguisse pegar um metrô. Conheci cariocas, goianos, caipiras e paulistas. Tomei muito vinho barato. E agora tou de ressaca, escrevendo tudo isso.

Faria tudo de novo. E melhor ainda.

17 de maio de 2009

A rainha dos problemas

Me perguntaram certa vez o que eu fazia com tanto tempo livre, e onde eu gastava tanto dinheiro à toa. Minha resposta? Vivendo.

Sou o tipo de pessoa que não consegue gostar só* de uma pessoa... Tem que ter emoção, tem que haver suspense. É, descobri agora há pouco. Eu não sirvo pra ficar sozinha. (Mentira! Isso eu já sabia há muito tempo!)

Por mais que eu me estresse, e chore, e brigue (comigo mesma e com os outros também) eu não vivo sem um "caso". Mas não pode ser qualquer caso. Tem que ser daqueles bem enrolados e difíceis. Com direito a namorada traída e filho pequeno pra atrapalhar.

Tem que ter horários malucos e saídas furtivas pra lugares em que se tem certeza de que nunca ninguém conhecido colocará os pés (e outras partes do corpo também). Isso sem falar das ligações misteriosas no celular, e mensagens em código:

SK- "Alô?"
Rolo- "Pois não?"
SK- "Oi lindo, que tal a gente se encontrar essa semana?"
Rolo- "Não é possível."
SK- "Mas, você não tá com saudades de mim?"
Rolo- "Hum-hum..."
SK- "Tá, ela tá do seu lado, né?"
Rolo- "É."
SK- "Tá bom, já entendi, me liga mais tarde..."
Rolo- "Ok."

Confesso. Sou uma destruidora de lares. Pior ainda, sou praticamente uma serial killer. E adoro essa situação.
_________
*gostar só = paixões platônicas, daquelas que não levam a mais do que corações partidos e muitas noites chorando na cama.

Este texto é um pouco antigo. Estava perdido no meio de um dos mil cadernos em que escrevo. Serve pra ilustrar bem a fase que eu estava passando. Ultimamente ando mais calma, mas ainda quero alguém pra chamar de "meu"... Com problemas ou sem.

16 de maio de 2009

Me derramar


É por alguns acontecimentos que às vezes eu detesto ser eu mesma. Algumas frases, algumas fotos, algumas (inúmeras) lembranças. E com a Internet tudo fica ao alcance muito facilmente.

Tive um namorado que me disse certa vez que eu era da geração plugada: em 1997 tive meu primeiro computador, e acredito que muitos dos kg a mais que carrego comigo são devidos a este querido e odiado bichinho.

Meu primeiro blogue eu comecei quando tinha 15 anos, ou por volta dessa idade. Falava sobre o colégio, as provas, minhas amigas e as aulas de violão. Durou algum tempo, e depois cessou e, com a reforma do Blogger provavelmente esteja perdido para sempre.

Vieram outros, de outros servidores e épocas. Nada que uma busca não resolva. Não estou falando do Google, e sim de agendas de anos passados, que sempre tinham alguma anotação do endereço do site no pé da última página. Até que veio o fotolog, que mudou minha forma de escrever. Eu já era acostumada a inserir imagens nos blogs, mas eu sentia, com o flog, a necessidade de mostrar mais e em menos linhas, pois aquele era um espaço de fotos, não de textos.

A densidade dos escritos, no entanto, continuou a mesma. Provavelmente o espaço menor fazia com que cada palavra obtivesse mais peso, como para que compensar a falta de parágrafos a mais. Provavelmente tudo o que eu queria dizer coubesse em palavras ainda mais pesadas mas, provavelmente, não havia coração forte que aguentasse isso tudo.

Ganhei, entre os amigos, a fama de boa escritora. Mas eles sabiam quando eu estava bem, e quando eu estava mal. Eu me denuncio demais nestes suportes eletrônicos. 


Restam-me apenas sete dias. Não, não antevejo tua partida, ainda não é chegada a hora. Não, as lágrimas só cairão quando não mais estiverdes comigo, quando teus olhos já não puderem mais ver os meus. Prometi não fraquejar, prometi não fazer isso mais difícil do que está sendo.
Muitos me perguntam: "Por quê?". Respondo com um sorriso. Não explico porque não vão entender. Simplesmente porque eu te amo. Muitas coisas não têm explicação, e esta é uma delas.
LP - 17/09/06



Até mesmo chego a inventar personagens, e faço-os dialogar, para explicar minha dor. Isso é esquizofrenia demais pra uma pessoa só. Não sei como eu faço isso, só sei que sai ASSIM.

Devaneios à parte, de repente me surge o Twitter. E, mais uma vez, não consigo me controlar. Eu sou uma pessoa muito previsível, naturalmente. Mas, se quiser me conhecer a fundo, leia meus blogs e meu fotolog! ;)

PS: Sim, hoje eu abri o fotolog e me deu saudade... E eu provei um pouco do meu veneno... E eu percebi que nunca vão mudar certas coisas em mim (graças a Deus pelo dom da palavra escrita!) e que tenho medo, muito medo de perder outras (que já estão deixando de fazer parte da minha vida, como por exemplo a capacidade de me entregar).

12 de maio de 2009

Isso é só o fim...


Pois, e agora você se vai embora, depois deste tempo todo. Daqueles 120 jovens que chegaram junto com você, muitos já se foram também. Alguns que já estavam aqui antes estão indo agora também, junto com você, e agora você se vai.

Não digo que sentirei saudades. Muitos já passaram por aqui, muitos outros passarão, e eu continuo esta mesma velha. Nem tão velha, são pouco mais de 130 anos de existência, há muitas outras, bem mais velhas do que eu. Nem todas te acolheriam como eu o fiz, em nem todas você encontraria tudo o que eu pude te proporcionar. Em algumas você poderia ter encontrado mais, mas por milhares de forças isso não aconteceu.

Agora você olha para mim, e me vê no meio de todos os acontecimentos dos últimos 5 anos. Nem todos eles, porque você ainda foi uma das poucas que me abandonou. Me trocou por aquela senhora portuguesa com quase mil anos. Mas ela não quis ficar com você, e me devolveu a Sarah Kelly... Bem a tempo, por alguns meses quase acreditei que havia te perdido pra sempre.

Não pude te ensinar todo o necessário. Nenhuma delas poderia. Aqui você pôde se esforçar pra entender como as coisas funcionam, e no máximo aprender uma pequena parte. Mas isso dependia de você, e você desprezou algumas coisas que eu quis te oferecer.

No começo você enchia a boca pra falar de mim, e toda orgulhosa adorava exibir-se, utilizando o meu nome e a minha história como se fossem seus. Hoje você não tem mais paciência pra aguentar a minha burocracia, meus professores não tão bons assim e meu espaço físico que já não tem um cantinho que você não conheça. A falta de apoio também desgastou nossa relação. Sei que você esperava bem mais de mim. O erro foi seu, por ser tão ingênua e sonhadora. Espero ter te ensinado que a vida lá fora é bem mais dura do que aquilo que você já viveu até hoje.

Não posso te oferecer mais novidades. O seu tempo comigo já passou. Agora é seguir em frente, como todos os outros fizeram... Vai, vai embora. Tudo o que podia ser feito já foi, e agora você não pode mais voltar. Parabéns, você chegou até o fim. Basta atravessar a porta, e não se esqueça de nunca olhar pra trás.

8 de maio de 2009

É grande e notável o ciclo de ser feliz


Eu sempre fui muito interesseira. Nunca gostava quando minha avó dizia que era melhor dar do que receber, e não entendia como poderia ser mais vantajoso eu entregar um presente para outra pessoa, ao invés de guardá-lo pra mim. Por conta disso sempre gostei do meu aniversário, um dia em que todos me davam toda a atenção, em que eu ganhava muitos presentes, e era tudo meu, só meu. (conheço uma pessoa que ao ouvir isso apontaria o dedo na minha cara e exclamaria: "leonina!!!")

Mas isso foi há mais de 15 anos, um tempo em que tudo era cor-de-rosa, até a bicicleta em que eu andava. Muitas coisas mudam na nossa cabeça depois que a gente cresce, mas outras continuam sempre iguais.

Com o tempo fui percebendo que nunca deixei de ser interesseira, e que a minha avó mentiu pra mim. Na verdade, ela não mentiu, ela apenas não me contou a segunda parte da história. Isso porque eu parei um pouquinho de olhar apenas pra mim, e comecei a prestar atenção no que acontecia quando eu dava um presente pra outra pessoa. Meu interesse, hoje, não é no presente em si (embora eu ainda adore ganhar coisas). Meus presentes preferidos, hoje, são:

- gastar todo o meu salário (quando eu ainda tinha um) em coisinhas, saídas e festinhas pros meus amigos
- olhar pra alguma coisa e pensar "isso tem a cara dele!"
- um grande sorriso/beijo
- aquele abraço de urso gostoso
- Frases como "Muito obrigada! Adorei!"

Hoje eu adoro dar presentes pra aqueles que eu gosto. E aprendi recentemente que o dinheiro foi feito pra ser gasto com amigos, namorado, família. Mais vale um gosto do que dinheiro no bolso (esse é outro ditado da minha avó, mas este eu adoro).

E foi pensando nisso que eu desembolsei alguma grana, dediquei algum tempo e muitos selos pra fazer o carteiro entregar uma caixinha amarela lá longe... Tudo isso pra arrancar um sorriso de alguém pela webcam. Só porque eu queria, muito, ouvir (neste caso, ler):

"fiquei super hiper mega power contente"

Sou interesseira. Meu interesse é fazer as pessoas felizes.
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