23 de fevereiro de 2010

A cura.

A cabeça ociosa trabalhou por toda uma tarde. Pensamentos novos e antigos se misturam no caldeirão de dúvidas que insiste em fervilhar a cabeça e fazer ferver o estômago. Mais uma noite insone começa.

Após alguma luta e umas quantas pílulas "mágicas" o corpo finalmente cede ao cansaço. (Não que não houvesse cedido antes, mas desta vez a mente lhe dá trégua e finalmente se desliga.)

Sonhos (pesadelos) bizarros, com gente querida e distante (ou não). Histórias que se repetem em loop quase infinito por noites e mais noites, evidenciando a angústia do coração que passa o dia todo a mentir que está tudo ok. Todas as noites são iguais, e não há para onde fugir de si mesmo.

O primeiro despertador toca, menos de 4 horas depois dos primeiros efeitos do remédio para dormir. ("É fraquinho, fitoterápico, não faz mal nenhum", diz todas as vezes em que rompe o lacre platinado da embalagem para mais uma dose de relaxantes musculares e substâncias calmantes)

O segundo despertador toca, cinco minutos depois. O primeiro despertador volta a responder, mesmo depois de ter levado um enorme tapa. "CALA A BOCA E ME DEIXA DORMIR!" implora ela.

A consciência pesada é recobrada embaixo d'água. Um banho rápido pra colocar as ideias em ordem e tentar fazer com que o mal desça pelo ralo junto com a água suja que cai de seu corpo. Inútil. Irreversível. O tempo passou e não há mais espaço para um café antes de enfrentar a rua.

Cabeça cheia, estômago vazio. Gastrite. Náusea. Dor. Como se a dor física pudesse aplacar o espírito irrequieto. Como se tudo não passasse de um sonho mau.
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