Era uma vez uma menina que quase nunca terminava o que começava. De simples tarefas como arrumar o quarto até relacionamentos. Esta é a história da menina que não conhecia o ponto final.
Não sei dizer como tudo começou, mas um belo dia ela resolveu começar a colocar apenas um ponto ao final do que fazia, ao invés das inconstantes vírgulas e travessões, ou das tão temidas reticências que a faziam esperar séculos para que algo tivesse seu desfecho. Um belo dia ela simplesmente se cansou.
Mas daí vieram as complicações. Ela descobriu que não era a única a deixar 15 "tarefas" rolando ao mesmo tempo. Percebeu que certas pessoas são incapazes de compreender que "sim" é sim, e "não" é não. E ponto. Alguns amigos secretamente aprovaram sua coragem, pois eles mesmos não agiam daquele modo. Outros abertamente declaravam-se contra a tal atitude, onde já se viu terminar aquilo que mal começou (mal)?
Só mesmo nesta época Saramago conseguiria fazer sucesso sem pontos finais. E a menina só foi entender isso depois de muito pensar e se desgastar.
O ponto final - seja ele gráfico ou alegórico - é importante, porra!