Mais do que a bagunça externa tenho também alguma dificuldade com fantasmas e demônios internos (mas quem não tem?) Eles ficam lá, embaixo do tapete e atrás do armário, só esperando o momento certo de sair pra bagunçar toda a sua linha de raciocínio e suas emoções. Por quê? Porque deveriam ser exorcizados da maneira correta e não foram! Ficam lá, ficam fazendo bagunça.
A confusão é maior quando algo os desperta. Uma carta (ou na era da Internet um email), uma música especial, fotos, lembranças de tempos idos. Tudo e nada podem fazer com que eles saiam, e não há, absolutamente, uma fórmula mágica pra escondê-los de novo. Eles vão e vêm quando acham que têm que se mover.
Ultimamente tenho prestigiado os escritos de um novo amigo, o Fábio. Ele escreve coisas como essa, que me tiram do estado letárgico e me fazem pensar demais. Eu ultimamente o odeio e o amo por fazer isso comigo... Não é justo ele me dar as coisas pra ler e não estar aqui pra eu poder reclamar dos efeitos delas em mim...
Minhas costas doem muito, mas acordei bem. E se uso tanto as pessoas é porque elas mesmas me ensinaram a ser assim. É só questão de cuspir de volta a saliva amarga dos últimos beijos. Jogo o jogo. Encanto-me com as pessoas e delas enjôo com a mesma facilidade; sou muito apegado aos meus desapegos, ao presente, este mesmo, que existe não existindo. O passado é ignorado e o futuro está um tanto além daquele muro.
(In: "Inadequado")
Portanto sigo com minha bagunça, certa de que qualquer dia ao fechar um livro minha cabeça explodirá, tamanho o alvoroço dos bichos lá dentro.
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