"Vamos, vai?"
"Chama a Dani também"
"Ela disse que não sai de casa por nada no mundo, com esse frio"
"Hum..."
Alguns minutos depois: "Ah, não vou"
Meia hora depois: "Eu vou sim! Te encontro no Trianon!"
(Ah quem dera todas as noites de sexta feira fossem simples de programar!)
***
"Sarah Kelly! Você veio!"
***
"Cara, a classe toda tá aqui! Tem mais gente aqui do que costumava ter nas aulas!"
***
"Vem cá, deixa eu te apresentar minha esposa!"
***
"Tou solteiro há dois anos. Solteiro, sim; sozinho, nunca!"
***
"Tá trabalhando?"
"Não, vou fazer outra faculdade e mudar de profissão"
***
"Lembra daquele dia? ..."
***
"Todos esses são jornalistas?"
***
Reencontro da turma da faculdade. Algum tempo pra rever os mesmos rostos, conversar sobre os rumos que a vida tomou (ou não) e atualizar os abraços - antes diários - da turma.
Posso falar? Foi muito bom. Mesmo com as piadinhas infames que eu preferia que tivessem ficado em 2006. Mesmo com o frio invernal que resolveu se instalar na cidade que não dorme e desmotivar o comparecimento de algumas pessoas. Apesar de tudo a gente ainda sabe se divertir.
Deu saudade, confesso. Mas se fosse pra voltar e fazer de novo, gostaria de poder escolher a mesma turma, de novo. Mil acasos nos colocaram juntos, mas a certeza é que sem eles não teria - como de fato não teve - a mesma graça.
Sarah Kelly escreve neste blogue quando lhe é permitido. Ela quer que as pessoas ouçam o que ela tem a dizer, mesmo que muitas vezes tudo só faça sentido para ela mesma.
18 de julho de 2010
7 de julho de 2010
Carente profissional
Sinto um certo arrepio cada vez que vejo textos ou músicas de algumas pessoas. É uma sensação complicada de descrever, um misto de inveja e adoração que sempre me faz ler mais, ouvir mais, querer mais, querer tudo.
Hoje faz 20 anos que morreu uma dessas pessoas que mexem comigo. Eu tinha quase 3 anos, era nova demais pra sentir algo naquela época, mas hoje consigo aproveitar o que ele deixou e suspirar com as combinações de letra e melodia que às vezes me pegam de jeito. Ora, se a fotografia é capaz de aprisionar a alma da pessoa e a pintura é o segundo nascimento do homem*; por que não pode a música carregar um pedaço da gente?
Cazuza é a trilha sonora perfeita em muitos momentos. Tem sempre alguma estrofe que faz sentido, seja na hora do acontecido ou algum tempo depois, no acontecimento que é lembrado e remoído.
Já fiz uma prova de História inteira com "Ideologia" martelando na cabeça. A professora me fuzilou com o olhar ao passar pela minha carteira e perceber que eu estava cantarolando baixinho a música que na sala ao lado alguém ouvia no último volume. E não adiantou deixar no cantinho da prova, como um pedido de perdão pelo "mau" comportamento, o verso trágico:
*Edgar Morin é o nome do velhinho batuta que disse isso =)
Hoje faz 20 anos que morreu uma dessas pessoas que mexem comigo. Eu tinha quase 3 anos, era nova demais pra sentir algo naquela época, mas hoje consigo aproveitar o que ele deixou e suspirar com as combinações de letra e melodia que às vezes me pegam de jeito. Ora, se a fotografia é capaz de aprisionar a alma da pessoa e a pintura é o segundo nascimento do homem*; por que não pode a música carregar um pedaço da gente?
Cazuza é a trilha sonora perfeita em muitos momentos. Tem sempre alguma estrofe que faz sentido, seja na hora do acontecido ou algum tempo depois, no acontecimento que é lembrado e remoído.
Já fiz uma prova de História inteira com "Ideologia" martelando na cabeça. A professora me fuzilou com o olhar ao passar pela minha carteira e perceber que eu estava cantarolando baixinho a música que na sala ao lado alguém ouvia no último volume. E não adiantou deixar no cantinho da prova, como um pedido de perdão pelo "mau" comportamento, o verso trágico:
Pois aquele garoto | Que ia mudar o mundo | Agora assiste a tudo | Em cima do muroMinhas infinitas paixões também têm ligação com esse cara da língua presa. Que atire o primeiro headphone quem nunca se pegou com o olhar perdido ao ouvir "Codinome Beija-flor"! Essa ficou marcada por causa de um alguém aí que acho que nem gosta de Cazuza tanto assim. Tem uma outra que ultimamente andou no top 5 das músicas de fossa:
Em que bar será | Que você fica rindo | Daquele amor | Que eu achava lindo?O fato é que eu gosto tanto dele porque sempre consigo achar sentido nas letras que ele escreveu. O segundo fato é que eu vejo muita coisa dele que EU gostaria de ter escrito. O terceiro fato é que eu mais de uma vez eu gostaria muito de ter prestado atenção àquilo que ele escreveu antes de ter que sentir na pele exatamente aquilo que ele canta. E o quarto e último fato é a semelhança entre o que ele canta e o que eu passo. Chega a dar medo, mas só comprova minha teoria de que só existe uma dúzia de personalidades no mundo todo.
(Filosofia de calçada)
Dias sim, dias não | Eu vou sobrevivendo sem um arranhão | Da caridade de quem me detestaFizeram um filme há alguns anos sobre o Cazuza. Foi bonito, eu assisti no dia da estréia e chorei alguns baldes. Tenho um livro com todas as letras que ele escreveu, coisa de fã consumista. É pena que ele tenha morrido tão cedo, mas mesmo antes de partir deixou um recado importante:
(O tempo não pára)
Eu vi a cara da morte | E ela estava viva. | Viva!____________
*Edgar Morin é o nome do velhinho batuta que disse isso =)
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