31 de dezembro de 2009

Em 2009 eu...

Me apaixonei. Desencantei. Me apaixonei de novo. Desencantei de novo.
E me apaixonei e desapaixonei umas tantas vezes, mas este não foi um
privilégio apenas deste malfadado ano.

Perdi o emprego, terminei a faculdade, consegui um novo emprego e
continuo sem diploma graças à incrível capacidade das pessoas em
julgar situações que desconhecem.

Me machuquei, torci o pé inúmeras vezes, me cortei, ralei os braços,
os joelhos, caí da escada, da cama e da cadeira. Não ganhei grandes
marcas ou cicatrizes, mas a queimadura que apanhei ontem e hoje por
ficar demais no sol foi suficiente pra aumentar minhas sardas (que já
não são poucas)

Conheci muita gente, embora destes eu saiba que só uma pequena parte
irá continuar ao meu lado para o próximo ano. Conheci muitas músicas,
não tantas quanto gostaria e nem tantas que me fizessem gostar tanto
assim. Conheci poucos lugares, o bastante pra ter consciência de que
ainda há muitos para percorrer. Ao mesmo tempo, em 2009 achei que
conhecia muita gente, mas descobri da pior maneira que se uma vida não
é suficiente, que dirá metade de um ano?

Eu ri, chorei, bebi, cantei, dancei, me desesperei. Perdi horas
preciosas de sono fazendo trabalhos, me preocupando com quem e o que
não deveria, falando e fazendo besteiras na internet e também
pessoalmente. Desmaiei de febre, gritei de medo. Pulei de alegria,
chorei de raiva. Mordi a língua, engoli minhas palavras e provei do
meu veneno. Destruí lares, construí pontes. Fiz tanta coisa, e parece
que ainda não foi o bastante. Nunca é.

Sigo para 2010 sem dinheiro no bolso e nem no banco. Sem lenço, sem
documento, mas com uma canção na ponta dos lábios e encravada no
coração. Das certezas que eu achava que tinha não sobrou quase
nenhuma. Os amores perderam-se junto com o desapego que há algum tempo
venho cultivando. Os amigos que eu podia contar nos dedos, ainda
consigo fechar as mãos pra dar-lhes a força que eu mesma não consigo
encontrar em mim. Os cabelos cresceram, o corpo sofre a ação do tempo,
e desconfio que uma ou outra ruga já começa a dar sinais de que já não
sou uma garotinha.

Cresci muito, e sei que ainda é o princípio. Não peço que tenham pena,
nem quero falsidade ao meu redor. Confesso que não sei me proteger, e
tirarei o chapéu no dia em que encontrar alguém que realmente saiba
fazê-lo.

Feliz ano novo.

Um comentário:

Go ahead. Feel free.

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