25 de setembro de 2009

Apego

Já comentei algumas vezes sobre religião aqui neste blog. Pra quem ainda não sabe, sou presbiteriana desde a barriga da minha mãe, que por sua vez é presbiteriana desde que se entende por gente. Cresci assim, e não há quem me tire da cabeça que mesmo que eu mude para outra denominação ou mesmo outra corrente filosófica alguns traços ficarão pra sempre em mim. Se tem um versículo que faz muito sentido, não só nesta área mas em todos os aspectos da vida de um indivíduo, é este: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Pv. 22:6)

Tenho uma tia que quando está no metrô, indo ou voltando do trabalho, lê a bíblia e ora. Cada um tem sua forma de aplicar o "tempo de trânsito", ainda mais numa cidade como São Paulo. Eu ouço música, leio um livro, bato fotos da janela do ônibus, durmo. Não tenho muita paciência pra ficar parada, mas se não há outro jeito é preciso arrumar algo com que ocupar a cabeça.

Confesso que ultimamente ando em falta com Deus. Oro pouco e muitas vezes deixo de confiar na vontade dEle pra fazer a minha. Sofro as consequências disso, obviamente.

Ontem era mais uma quinta feira de garoa em São Paulo. Pra minha sorte o ônibus nem estava tão lotado como outras vezes já tive o desprazer de presenciar, o que me permitiu encostar num cantinho e ficar quietinha ouvindo rock e pensando na vida. Pensei nos problemas, nos planos futuros, em outras coisas. Foi quando senti um aperto muito grande, uma angústia e tristeza que não tinham a ver com o fato de estarmos parados há mais de oito minutos no mesmo lugar. uma imagem se formou na minha mente e eu sabia bem o que tinha que fazer.

Orei. Em público. Nunca tinha feito isso antes, sempre tive vergonha. Não falei alto, não levantei as mãos, simplesmente orei em silêncio e deixei uma lágrima teimosa me molhar os cílios. Passei alguns bons minutos deste modo, pedindo soluções para problemas que pareciam irremediáveis e outros que - como pude ter a confirmação ontem mesmo, mais à noite - podiam ser resolvidos.

Apesar do bloqueio que tinha (e ainda tenho) em fazer isso, senti um grande alívio depois. A tristeza passou, eu confiei que tudo ia acabar bem, e de fato recebi uma resposta positiva.

Não quero bancar a santa, nem me enaltecer. Só agradecer da maneira que eu melhor sei fazer as coisas: escrevendo.

Não tenho um propósito específico pra postar isso aqui, simplesmente porque ninguém lê este blog. Mas se você chegou até aqui, seja bem-vindo, volte mais vezes e reflita sobre essa história.

2 comentários:

  1. É mocinha... muitas vezes a gente tá em falta, mas no fundo sabemos que Ele nos ama tanto, que mesmo a gente sendo vacilona, sabemos como, quando e onde recorrer... Fazia tempo tbm que não orava, mas essa semana confesso que deixei a orelha de Deus Cansada de tanto me ouvir, e certamente ontem tbm tive a prova que Ele NUNCA abandona a gnt...
    Amei o post, de coração, tbm tenho passado algo parecido, me identifiquei...

    Beijo, flor!

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  2. Ótimo texto, parabéns.

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