16 de maio de 2009

Me derramar


É por alguns acontecimentos que às vezes eu detesto ser eu mesma. Algumas frases, algumas fotos, algumas (inúmeras) lembranças. E com a Internet tudo fica ao alcance muito facilmente.

Tive um namorado que me disse certa vez que eu era da geração plugada: em 1997 tive meu primeiro computador, e acredito que muitos dos kg a mais que carrego comigo são devidos a este querido e odiado bichinho.

Meu primeiro blogue eu comecei quando tinha 15 anos, ou por volta dessa idade. Falava sobre o colégio, as provas, minhas amigas e as aulas de violão. Durou algum tempo, e depois cessou e, com a reforma do Blogger provavelmente esteja perdido para sempre.

Vieram outros, de outros servidores e épocas. Nada que uma busca não resolva. Não estou falando do Google, e sim de agendas de anos passados, que sempre tinham alguma anotação do endereço do site no pé da última página. Até que veio o fotolog, que mudou minha forma de escrever. Eu já era acostumada a inserir imagens nos blogs, mas eu sentia, com o flog, a necessidade de mostrar mais e em menos linhas, pois aquele era um espaço de fotos, não de textos.

A densidade dos escritos, no entanto, continuou a mesma. Provavelmente o espaço menor fazia com que cada palavra obtivesse mais peso, como para que compensar a falta de parágrafos a mais. Provavelmente tudo o que eu queria dizer coubesse em palavras ainda mais pesadas mas, provavelmente, não havia coração forte que aguentasse isso tudo.

Ganhei, entre os amigos, a fama de boa escritora. Mas eles sabiam quando eu estava bem, e quando eu estava mal. Eu me denuncio demais nestes suportes eletrônicos. 


Restam-me apenas sete dias. Não, não antevejo tua partida, ainda não é chegada a hora. Não, as lágrimas só cairão quando não mais estiverdes comigo, quando teus olhos já não puderem mais ver os meus. Prometi não fraquejar, prometi não fazer isso mais difícil do que está sendo.
Muitos me perguntam: "Por quê?". Respondo com um sorriso. Não explico porque não vão entender. Simplesmente porque eu te amo. Muitas coisas não têm explicação, e esta é uma delas.
LP - 17/09/06



Até mesmo chego a inventar personagens, e faço-os dialogar, para explicar minha dor. Isso é esquizofrenia demais pra uma pessoa só. Não sei como eu faço isso, só sei que sai ASSIM.

Devaneios à parte, de repente me surge o Twitter. E, mais uma vez, não consigo me controlar. Eu sou uma pessoa muito previsível, naturalmente. Mas, se quiser me conhecer a fundo, leia meus blogs e meu fotolog! ;)

PS: Sim, hoje eu abri o fotolog e me deu saudade... E eu provei um pouco do meu veneno... E eu percebi que nunca vão mudar certas coisas em mim (graças a Deus pelo dom da palavra escrita!) e que tenho medo, muito medo de perder outras (que já estão deixando de fazer parte da minha vida, como por exemplo a capacidade de me entregar).

2 comentários:

  1. Sa é assim msm, eu tb tive um fase onde deixava a minha voda exposta demais, e em outras fases consigo me preservar mais, o importante é tentar encontrar o equilibrio
    bjocas

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  2. Lindo texto... Acredito que a Internet tem um poder muito interessante. Além do clichêzaço "democratizar a informação", parece encorajar as pessoas a se abrirem das mais variadas formas: escrevendo em blogs, publicando imagens em fotologs, traçando seus perfis no orkut... É interessante... Um lado menos "sério" e mais emcional dessa democratização do espaço

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