13 de julho de 2009

Inocência infantil

Image by: Gridlock'd


"Vai buscar pão pra gente tomar um café?"

Calcei um par de tênis e coloquei o aparelho de mp3 no bolso. A portaria do condomínio fica a 500m da padaria, minha casa fica a 500m da portaria, pra quê pegar o carro? Fui andando e ouvindo alguma música de Peter Doherty.

"Are you still thinkin of
All of those perfect rhymes for love divine?
Oh no, you really don't have to"

O volume estava baixo. Baixo o suficiente pra que eu pudesse ouvir passarinhos ao longe, ou a água que escorre da nascente para o lago. Quase no final da rua vi dois meninos, com seus sete ou oito anos. Um deles levava uma caixinha de plástico transparente nas mãos, e buscavam algum inseto pra "guardar". Conversavam quando passei por eles.

"E se a gente pegasse um casulo?" - perguntou o menorzinho.
"Não, porque de dentro do casulo sai uma borboleta!" - reprimiu o mais alto.
"Tudo bem, quando a borboleta nascer a gente solta ela!" - sentenciou o pequeno.

Eu ri por dentro, e eles foram no sentido contrário ao meu. Peter Doherty e sua poesia não mais habitavam meus pensamentos, porque agora eu refletia sobre as palavras daquela criança. Senti saudades do tempo em que eu também pensava assim, uma época em que não representava nenhum problema simplesmente deixar que as coisas se fossem...

... É...

Um comentário:

  1. O começo do seu texto me fez lembrar uma situação... um amigo ia na padaria (que ficava mais perto do que a da sua casa) e o pai mandou ele ir de carro pra treinar. Mas tava tão lotado lá por perto que ele acabou dando umas 2 voltas no quarteirão e estacionou perto da casa dele hauhauahaua

    Gostei do desenrolar da história, tudo é tão mais simples quando a gente é criança... =)

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